Perseguição ou justiça? A controvérsia da prisão de Carla Zambelli na Itália

Foto/Lula Marques/ Agência Brasil/Divulgação

A deputada federal Carla Zambelli foi presa, na tarde desta terça-feira (29), pela polícia italiana. A informação foi confirmada à Agência Brasil por fontes da Polícia Federal. Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023.

A parlamentar fugiu para a Itália em maio, após a condenação; depois, pediu licença da Câmara dos Deputados.

O deputado italiano Angelo Bonelli afirmou, nas redes sociais, que denunciou o endereço de um apartamento em Roma onde Zambelli estaria hospedada. O parlamentar já havia solicitado ao governo italiano urgência na extradição da brasileira.

Defesa diz que deputada se entregou

Já o advogado de Carla Zambelli, Fabio Pagnozzi, afirmou, também nas redes sociais, que a deputada se entregou às autoridades italianas para colaborar e pedir a não extradição. O defensor publicou um vídeo em que a parlamentar alega ser perseguida politicamente e afirma ser inocente.

Em junho, o STF enviou ao Ministério da Justiça o pedido de extradição de Carla Zambelli.  O ministro Alexandre de Moraes indicou quatro garantias para que a Itália autorizasse o procedimento:

não submeter a parlamentar a prisão ou processo por fato anterior ao pedido de extradição;

não impor pena perpétua;

não agravar a pena por motivos políticos;

e não submeter a parlamentar a tortura ou a tratamentos desumanos ou degradantes.

O crime foi executado pelo hacker Walter Delgatti a mando da deputada do PL. Delgatti também foi condenado, a mais de oito anos de prisão.

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Fabiana Sampaio / Rafael Guimarães/Agência Brasil