![]() |
| Foto/Divulgação |
Faleceu na madrugada de hoje (17/12) em sua residência no bairro Garcia, o professor, escritor e jornalista, Gervásio Tessaleno Luz . Ele tinha 83 anos e há muitos anos sofria de mal de Alzheimer. O velório e sepultamento será hoje na cidade de Itajaí.
Gervásio foi por muitos anos colunista do jornal "A Voz da Razão", de Blumenau.
E, para falar um pouquinho da sua vida embarcamos no texto do advogado Luiz Carlos Nemetz, publicado no blog Informe Blumenau:
"(...) amigo e mestre dos anos setenta no Colégio Franciscano Santo Antônio, onde lecionava português, abrindo todas as aulas, apondo no quadro negro (sim, naquela época o que hoje é verde era negro) com sua letrinha miúda, um pensamento pinçado de uma letra de música, do verso de um poema ou de um trocadilho de um pensador consagrado.
Discípulo de frei Odorico Durieux, de quem se tornou biógrafo, e com quem fundou a Academia de Oratória Frei Francisco de Mont`Alverne, o cronista crônico introduziu milhares de alunos no hábito da boa leitura.
Entrava em sala de aula, sempre com um jornal debaixo do braço, um maço de “Charme” no bolso da camisa e um pito aceso por entre os dedos indicador e máximo da mão direita, que se tornavam brancos quando pegava no giz para fazer apontamentos.
As aulas de interpretação de texto eram sempre fundadas numa letra de um(a) poeta (nunca gostei de usar “poetisa”, assim como abomino “presidenta”) musical, como Chico Buarque, Dolores Duran, Herivelto Martins, Noel Rosa, Maysa ou numa crônica bem-humorada de “O Pasquim”.
(...) Boêmio, dono de uma fina e bem traçada ironia, reservado, discreto, cinéfilo, devorador de biografias, chegado num trago, tem um estilo clássico e próprio, sem jamais perder a classe e o romantismo. Uma mistura leve de Mano Jango, Tarso de Castro, Otto Lara Resende, Carlos Heitor Cony, Rubem Braga. Todos em um; e um para todos os gostos.
(....) Na obra do mestre Tessaleno se encontra de tudo: quotidiano, pássaros, cães, história e estórias. E muitas entrelinhas no meio das próprias linhas. Uma consagração à saudade, que é o único sentimento que nunca morre de velho. A nobreza do título referenda a fidalguia do autor e a majestade da obra: o máximo!"
.png)

