A Câmara dos Deputados faz história com isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil

Arte/Agência Brasil/Divulgação

A aprovação unânime do projeto da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, na Câmara dos Deputados, trouxe alívio e comemoração a Brasília.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, agradeceu ao presidente da Câmara, Hugo Motta, e ao relator da proposta, deputado Arthur Lira. Ele espera uma tramitação sem problemas no Senado.

"Foi um golaço do Congresso Nacional e eu não acredito que nós vamos ter problema nenhum no Senado a julgar pelo que o Senado já votou. Então, não acredito que vá haver problemas, inclusive porque esse projeto, ele não busca só justiça tributária, ele busca justiça tributária com neutralidade fiscal."

Após a votação por 493 votos a zero, nessa quarta-feira, o presidente da Câmara, Hugo Motta, elogiou o acordo político para a aprovação.

Esta não é uma não é apenas uma mudança técnica, é um alívio direto no bolso de milhões de trabalhadores e aposentados em todo o país. é dinheiro que volta para a economia, para o consumo, que garante comida na mesa das famílias. Para que este projeto se tornasse realidade, foi fundamental uma intensa e cuidadosa articulação política.

A decisão unânime da Câmara dos Deputados foi resultado de um enfraquecimento político da oposição.

Para o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, Rodrigo Horochovski, foi uma mistura de fatores, como fim do julgamento da trama golpista no STF, a rejeição da PEC para blindar políticos de investigações e o sucesso das manifestações.

E aí, qual que é o resultado de todo esse caldo, né? Bom, a oposição perdeu uma moeda de troca importante e e isso facilitou muito a aprovação da isenção do IR, especialmente em contraste com a blindagem, né? Estamos falando de uma pauta muito simpática, imensa a maioria da população, sendo muito difícil explicar porque se a contra isso.

O presidente Lula publicou, nas redes sociais, que foi "uma vitória em favor da justiça tributária e do combate à desigualdade no Brasil, em benefício de 15 milhões de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros".

O texto aprovado pela Câmara dos Deputados prevê isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mils por mês. Ainda há um desconto gradual entre cinco mil e R$ 7.350, que vai diminuindo quanto mais próximo do teto da faixa.

Para compensar essa perda de arrecadação, o projeto estabelece uma taxa para os mais ricos do país. Ela parte de 0% a partir dos rendimentos anuais de R$ 600 mil  e cresce até o limite de 10% quando a renda atinge um R$ 1,2 milhão. Isso representa cerca de 141 mil pessoas no país, segundo o governo federal.

O doutor em economia e professor da Universidade de Brasília (UnB), José Luis Oreiro, explica que o impacto será positivo, porque vai liberar a renda das famílias para o consumo e combater a inadimplência. É também um primeiro passo para reduzir as desigualdades no Brasil.

A taxação mínima de 10% sobre aqueles que ganham mais de R$ 50.000 por mês. Então, você tá dando um primeiro passo tímido, mas um primeiro passo no sentido de tornar a tributação mais progressiva e com isso reduzir os absurdos níveis de desigualdade de distribuição de renda que existem no Brasil desde sempre.

José Carlos Goes

Sou locutor. Atuei em várias emissoras de rádio em Blumenau por quatro décadas. Atualmente trabalho na Massa FM de Blumenau e mantenho esse blog. Sou jornalista. Trabalhei em vários jornais impressos. Sou blogueiro.

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